(Só) na tua cabeça

Os filmes que fazes (só) na tua cabeça. Os filmes que ficam (só) na tua cabeça. A ilusão. A carência e a dependência. Tu sabias. Mais cedo, mais tarde. Acabaria por ser tempo. Que não pára, que não pára. Uma palavra. Um gesto. Os gestos. Os gestos tudo. O não e a deprimente solidão na noite. A crueza de um ponto final inconsciente. E a tua disponibilidade. Como antes, como sempre. O desespero de um sempre. Chama-me, basta. A primeira palavra sempre tu. Ceder. For granted. Insistir ou desistir. Remember me ou forget me, como no messenger. Remember me. Tudo é exagero. Nada. O seu silêncio como uma faca.

A lua, cheia e de uma luz de baptismo. A lua, o céu e as estrelas. A aurora boreal no frigorífico. O universo todo no seu olhar. O mundo a renascer no seu sorriso. O cabelo, o cabelo. Medo, fez bem. Perto, mais perto. As excentricidades. Os risos. Cumplicidades. Partilha(-se). E sabes que poucos. Uma atitude. Normal. Só na tua cabeça o filme. A impulsividade. O controlo. Não magoar. Já magoada. Simples. Só um beijinho. Só conversar. Só existir. Só, só. Prioridades. Não tens de contar a ninguém.

O não e a deprimente solidão na noite. O calor e o desejo. O calor do seu peito. Só olhar. Os casais e os cães a passear. As memórias e a aliança no dedo. Amanhã. Desgraçado. Reaparecer. Apagar. O tempo e as metas, resultados, resultados. Mostrar. Ser. A postura. Não grites. As máscaras e as dores nos pés. O cansaço. Descansar de seres. As possibilidades. As infinitas e as irreais. As mais belas. As que se fazem (só) na tua cabeça. As oportunidades. Ainda. Ainda.

A vida. A pulsar. Imparável e surpreendente. Procurar, encontrar. A vida, felizmente, além dos filmes que fazes (só) na tua cabeça.

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