Uma qualquer saudade de nós próprios

"e o anísio prosseguia dizendo que havia milagres suficientes no mundo para pensarmos que deus nos observa, mas é difícil com a pequenez do homem ver a grandeza de um evento assim. é como se tivéssemos os olhos pequenos de mais para verem uma coisa tão grande. que ideia estapafúrdia, se o que os olhos viam não era em nada proporcional ao seu tamanho. ó anísio, que você acredite acho até bonito, mas que acredite assim, com tanta fantasia, isso é que já parece tolo. e o senhor pereira confessava que acreditar é uma coisa íntima e que não se explica, apenas se sente. o silva da europa riu-se e protestou. achava que sentir que deus existe é como sentimos que gostamos de alguém e passarmos a vida inteira a acreditar na correspondência desse amor para descobrirmos, mais tarde, que a pessoa esteve connosco por inércia, por comodidade. sentir o que não existe é uma qualquer saudade de nós próprios. muita coisa é apenas uma saudade. muitos dos sentimentos. é como lhe digo."

a máquina de fazer espanhóis, valter hugo mãe

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