Breathe. Love. Repeat.

Um inesperado conforto, de quem nada precisa de provar, sem jogos de causa e consequência, só o brilho nos olhos de mar calmaria e a vida toda nas mãos abertas, a emprestar luz ao sol. Água que suaviza sentidos e sentimentos numa comunhão sagrada entre homem e mar, água és água tornas. Ir à praia sem ir à praia e o cheiro de sal no corpo, saboroso, apetecível, beijável. Caminhar num percurso que ninguém traçou, porque existe naquele momento que não se poderia adivinhar. Petiscos imensos, bichos feios como dedos dos pés mas ainda assim desejados, casas que espreitam e escondem, alguém tinha razão quando disse que o importante é o interior, assim se vê e se prova. Gelados apressados que não se contêm na morosidade do fim de tarde e desfalecem entre dedos desastrados. Rasgões de cor no céu, a beleza tornada palpável, é assim afinal a serenidade, tu. Os argumentos adoráveis de quem toma por opção não fazer a cama, não preguiça mas escolha, única, tão única como não usar perfume, o que te confunde a ti que sempre te prendeste a cheiros. O filme diferente, obviamente diferente, e uma conclusão que te chega a meio repentina e cheia de sentido - anoto a mão no volante, a mão nas mudanças, a mão no braço, e sei, preciso de outra mão, espaço para expandir as suas vontades inocentes. A sala vazia, duas pessoas lado a lado no escuro do cinema, o mundo ali concentrado. A música doce do genérico e uma vontade terna de continuar, continuamente recomeçar.

O dia soube-me bem e não precisa ela de se preocupar: o meu coração não está perdido, só escondido.

2 comentários:

Princesa Periclitante disse...

O AMOR É MÁGICO! YEAAAAAAAAH

Marisa disse...

...
Ainda com essa música?
E trágico. :p