The best way to get over a woman is to turn her into literature

Uma sensação demasiado estranha. Não era bem o que esperavas e, de repente, tudo o que tu bem tinhas arquivado, tudo o que demoraste tanto tempo a digerir, ali agora diante dos teus olhos como criança desobediente. Se tens olhos que vejas. Os fantasmas exorcizados em terapias de noites longas de álcool e fumo a pairarem sobre ti descarados. É muito estranho, acima de tudo é impossível. Impossível dares uma opinião imparcial ou lógica se parte de ti está ali também, a provocação de ti, a comparação de ti, a exposição de ti, a interpretação de ti, a árdua e penosa ausência de ti. O reviver da tua ausência e o tanto do teu riso tornado palpável numa composição que quis para mim. Uma espécie de roubo ou sacrilégio, se disparares a câmara fotográfica uma vez mais levas-me a alma.

Atira-te aos olhos com uma inocente e sincera vontade o que te forçaste a ver antes, num exercício idiota de perseguição ou mentalização. Já percebeu que ninguém pertence a ninguém. E tu?

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