A possibilidade do impossível

Tu podias ser aquele n'O Estrangeiro. Ainda vais pensando algumas vezes nisso e ela nem precisaria de te ter chamado insensível e ter cristalizado aquela ferida. A palavra foi a certeza, é quase sempre assim. Mas, de vez em quando, como hoje, a dor confunde-te. A dor visível acima da palavra invisível, o afecto e seus laços, a família e suas fraquezas, o amor necessário para vencer o medo. Não dizer aquele nome, não pensar naquele nome, ignorar a possibilidade do impossível daquele nome. A sorte não é bastante e o essencial tem em si um propósito, lembrar-lhe. Não a simples extensão, mas ser, sê-la, lembrar-lhe. A vida não apenas dela, mas também minha, nossa, lembrar-lhe.

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