A vida dos teus dias nos dias da tua vida

Novo ano. Nova década. Nova era. Nova vida. Tudo novo, como se a mudança de calendário fosse uma imediata mudança nos comportamentos. Como se te fosse dada mais uma oportunidade, aproveita bem desta vez. O tempo está a contar. E, agora. Tic.Tac.Tic. Tac. Run, Forrest, run.
Uns mais cedo, outros mais tarde, mas há sempre o momento em que vais olhar para trás. Estamos condenados a contemplar em vez de explorar, meditar, meditar, meditar, pensar, pensar, pensar, com tanto horizonte lá à frente. Os inevitáveis balanços, e eu ser de letras e não me saber dividir, como ela canta. Não te divides, não gostas de balanços, balancetes ou Ts de razões, mas não te consegues furtar a contabilidades afectivas entre deves e haveres, conquistas e perdas, risos e lágrimas. Gostas do que vês? Quanto dá essa  tua soma?
Ano após ano, dia após dia, e tantos planos, projectos, estratégias, fazer isto para chegar àquilo. Resoluções, doze desejos ou apenas um, aquele de todas as vezes, aquele o mais importante, vontades, promessas.  Para quando? É hora. Recomeça. Aproveita. No final o que interessa é quanta vida cabe nos dias que cabem na tua vida. Pára por isso de escrever, pára de ler, meditar, pensar, tudo isso que tu fazes. Run.

4 comentários:

Anónimo disse...

Marisa,
Obrigada pelo convite.
Obrigada por teres partilhado isto.É brutal o que escreves aqui.
Adoro a letra da musica a que te referes aqui. Adoro a musica da mafalda veiga.
Eu sou daquelas que passa a vida a fazer balanços. Tudo na minha vida tem um balanço. Tudo tem uma analise prévia. Pós e contras. Tantos, Ts, Diario e razão. Já tentei mudar, ser diferente, Mas não consigo. é mais forte do que eu. Parece que sem isso, tudo se desmorona.
E em todos os finais de ano, prometo sempre que vai ser diferente. Prometo, digo eu. Promessas...
Vou partilhar uma coisa: neste momento, nada me espanta, nada me comove, nada me magoa. Sinto-me árida, seca, fria. Ando a recolher os cacos de um coração aos pedaços. Não acredito mais em sonhos, em promessas, em dia solarengos, em risos, em promessas. Tudo me parece vazio, distante. é como se estivesse fora do meu corpo e observasse tudo de fora, como uma espectadora de mim mesma, neste teatro da vida. Mas não vou ter aplausos. O pano ja caiu, os actores tiraram as mascaras.
Sinto-me destruida por dentro.
Diz-se que a esperança é a última a morrer. Essa, em mim, já se foi há muito tempo...
Mónica Feliciano

CarMG disse...

´cause life is like a box of chocolates :)

I disse...

às vezes dá mesmo vontade de correr sem parar até tudo ficar limpo cá dentro! gostei deste texto, Marisa, mas dizem que o passado vem sempre atrás de ti!!

Marisa disse...

@ Mónica: Reconheço essas palavras, quase exactamente as mesmas. Podes não superar mas aprendes a viver com isso. Vai ficar tudo bem. Confia.

@CarMG: we never know what we're gonna get. :)

@I: Sim, sempre perseguidos pelo passado...verdade.