I'll try anything once

Imprudente, disseste aquela palavra que te vem esgotando em canções lentas de amor que já ninguém ouve. É sempre quando já te convenceste em auto-censura, de repente ali vai a palavra que já não podes retirar. Não despertes o que não podes calar, insististe, e nem tu conseguiste atender. Não tiveste sequer a vergonha de a dizer em sussurro, isso seria pouco para o grito que tu pensas que és. Tiveste de a dizer em alta voz como se te ardesse no peito a ansiar libertação. Mas para quê dizer uma impossibilidade?

Há essa pequena diferença linguística com que te apressas a ripostar, pior a emenda que o soneto. A pequena grande diferença entre estar por e ser em, essa que te permitirá colocares todas as vontades sob o abrigo seguro da amizade, guardiã de todos os bens e até esse. É inteligente, sabe. E tu preferes algum amor a amor algum, a contenção que te permites para não destruíres mais e ainda poderes tocar o limite do seu sorriso como se para ti.

Quem não tem uma história a contar inventa muitas. Levo-te para um Portugal distante, elaboro um cenário (não aprendeste já que cenários não bastam?) e fantasio Lilly, serei até Rita, para te ouvir dizer I want to with you, num mundo em que o que acontece em Vegas fica em Vegas, onde a realidade não me possa alcançar. Apesar disso não acredito na realidade mas a realidade acredita em mim e isso me condena. Apesar disso, I'll try anything once.

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