Make it up (to you)

Também tens essas dores fechadas em caixinhas, bem arrumadas para não estragar as vistas, mas lá. O inamovível passado a viver dentro do presente. E em cada motivo pensar que o não tiveste, o devido. As desculpas que não soubeste e de que precisas. O sonho demente que nunca chegou a haver, parece. Será uma questão de noção. Talvez não tenha noção, aquela consciência do estrago que te é tão evidente a ti. Não foram suficientemente enterradas, as tuas dores, ou o chão que as cobre é ainda demasiado fresco e não se habituou à opacidade do espaço. O momento em que não vieste tornou-se a fronteira do que ainda possa ser e delimita agora o querer e o dever. Já não sabes distinguir, confundes as vontades e nada é tão perigoso como a consciência. A tomada dela. Poderá haver verdade numa compensação. O bocadinho pequeno e limitado que te sobra gostava que fosse uma qualquer espécie de compensação. Já não te importas se for compensação. Assumir e agir. Mas os pressupostos falham sempre e tu ainda mais. Tiveste de ser tu a ceder, és sempre tu. Manter é mais importante do que criar, deveria ter dito o Principezinho. Quando a geste gosta é claro que a gente cuida.

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