The Lucky PM

Talvez ir fazer camas, como ela disse, trabalhar num pub ou na recepção de um hotel, no Brasil ou no Reino Unido, atrás do sol posto ou no cu de Judas, quem sabe escrever ou pintar - diz-se do meu signo que tem uma forte veia artística, embora eu suspeite que essa não será a jugular. Qualquer coisa que não levante suspeitas, que não crie a dúvida, que te deixe ficar, só tocando os dias em frente. O trabalho não liberta e apenas aos ricos e aos miseráveis é tolerado o isolamento como excentricidade. 

Primeiro. A bomba atómica = cliente difícil + tecnologia nova + equipa inexperiente (sempre se aprende algo por aqui). Lucky me. É preciso namorar o cliente, sempre. O trabalho a reflectir o resto, foste e fizeste, como quem faz um serviço. Como quem vai às putas, sem namoro, sem língua na orelha e saliva na boca, no máximo fumas o cigarro do fim na sua companhia. Vais com a pressa e a ansiedade de quem não sente uma mulher há demasiado tempo. E vais por necessidade. Mas é preciso é namorar, é preciso é namorar. Acabou-se o noivado.

Segundo. O email, muito grave, disse ele. E para ti era só um abraço. O pessoal que coexiste com o profissional e a humanização das relações, mais importantes do que o resto. Estratégias, políticas, canais, mas era só um abraço. Quem tem medo do lobo mau? A transparência aterroriza de morte os teóricos das conspirações: deixa-os confusos. O abraço foi entregue.

Terceiro: Dói-me a cabeça. Tu não estás aqui.

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