Refém da oportunidade perdida

A liberdade é ter a possibilidade da escolha. A prisão é escolher.

Tem tanta piada que chega a ser irritante. Eu poderia ter pensado muitas vezes Marisa, o que é que tu andas a fazer da tua vida - sim, falo muito comigo mas poucas vezes me dou ouvidos - mas sempre coloquei seriamente a hipótese, sempre a sonhei por saber da sua improbabilidade, como uma realidade paralela mas que nesse tempo faria sentido. E é agora, que já não faz sentido mesmo que nunca o teu abraço me soubesse tão presente, que a hipótese é real hipótese. Acredito que bastaria um telefonema, na verdade, e a vida poderia recomeçar em maravilha e descoberta. Eu aprenderia a dizer que massa, a colocar chapéus em telefônico, acederia até a escrever ato e gerenciamento só para te ouvir cantar a sair do banho, como naquele dia. E, todavia, sei agora com uma certeza que dói que era aquela improbabilidade que,  contraditoriamente, me servia de conforto e de rede.

As maioria das pessoas sonha enquanto dorme porque até para sonhar acordado é preciso coragem.
O contato telefônico ficou à minha disposição. Do futuro nada sei, mas sei que um dia volto para te dar o jipe amarelo, mesmo que eu não perceba como podes tu gostar daquele jipe amarelo.

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