So bad

E por instantes sonho alto. Oiço-o a falar da hipótese e, mesmo remota, mesmo temporária ou até talvez por isso, imagino-a próxima. Estar aí e nada te dizer, só aparecer. Esperar-te na saída do trabalho sem te avisar ou falar-te o nome de uma rua e notar a tua surpresa no outro lado da linha. Raptar-te para mim e recriar memórias, inventar  histórias, tomar-te a boca como se nunca lhe tivesse esquecido o gosto. Ter enfim o amor de redenção para todos os pecados, a noite sem passado e sem futuro que acalme os sentidos na certeza da última e única vez. Desperto entre o nunca se sabe e o um dia, convocando a minha sorte de audaz para que em breve me contes, me encontres, me cantes e me encantes. Sempre gostei muito de me imaginar em cenários impossíveis, quase implausíveis, é um facto.

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