Este podia ser um post sobre o Delta Tejo

Gosto dos dias assim, povoados de acaso e beleza, cheios. Acordar e não sei o que fazes mas estás cada dia mais bonita. São os teus olhos, respondes, e parece-me poesia, são rosas senhor, são rosas. O seu cabelo sujo, que eu sempre gosto mais, her hair, her hair, falls perfectly without her trying. Ter a certeza que, mesmo não sendo a melhor em algumas coisas, confiam-me o futuro, o desafio é nosso, e as decisões certas são também as mais tranquilas. Ela, black swan na sua saia preta qual bailarina, buscando a perfeição como no filme, e os sonhos meus como no cartoon, vítima de tanta tentação. O like, máximo dos máximos, a sorte protege os audazes. A sangria, tão nossa, e o apaziguamento que só a amizade carrega sem esforço, poder ainda contar contigo, presença segura e certa na quietude dos dias que fogem, quando nos queixamos do mundo e apesar de tudo temos sonhos. Voltar ao Delta Tejo, pensar-te. Nós lá na nossa inocência, no nosso amor nervoso, como sábia brincaste. Tu lá nas tuas sandálias altas, calções curtos e justos, sobrevivendo altiva ao terreno, visível e intensa, numa só palavra mulher, e eu tão vaidosa de ti e de mim, lá. O melhor sítio para te preservar é a lembrança. O encanto de Nouvelle Vague, love can be like bondage,  o seu encanto ao som de Nouvelle Vague - ninguém dança como ela -, seduce me once again, e a surpresa de Dalila Carmo ou Inês Castel-Branco. E mesmo com a desilusão de Sean Paul, lembrar aquele tempo muito distante de família feliz, disfarçada de dezasseis anos, tu no Tivoli Marina Vilamoura em cima da cama a dançar we'll be burning, onde estás agora que te não sei e nenhum Martini me soube igual desde que foste. Cages em roda gigante e a vista para o rio iluminado. Segura na coluna. Regresso e vou dormir a casa de uma amiga, como manda o papel com o teste do balão. Há dias felizes.

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