Das mãos

Ah, a poesia... A poesia que se foda. Se não souber ser imperfeita, se pretender ser divina e etérea e redonda. O poema que se cumpre por inteiro não serve. O poema que se constrói como resposta não responde. O poema ou é cá dentro, ou não é. Ou é excedido pelo que nos excede, ou não é. Só o poema tentado e falhado importa. Aquele em que não me cabes, aquele em que me escapas. Não se confundam as mãos com o que as mãos seguram.

Pedro Jordão,

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