Das mãos
É indiferente que lá fora faça chuva ou sol. Estão os dois neste quarto que transborda da casa, perfeita varanda do mundo. Estão descuidadamente vestidos a calça de treino dela, um top, a calça do pijama dele. E num impulso, uma coisa inaugural, um gesto, um verso, a mão de Mary desliza, roça, acaricia, agarra a mão dele. “Tens de saber. Amargo e doce, fiz tudo. Mas a minha mão, não. Nunca deixei nenhum homem segurar na minha mão.”
Ontem vi o Ted e quase pude acreditar que o grande amor é a liberdade de nos peidarmos sem pudor à frente da nossa cara metade. Não descurando essa possibilidade, com a tua mão entre as minhas, prefiro a noção acima.
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