Coisas boas vêm com o tempo. As melhores, vêm de repente.

É um dia como os outros ou, pelo menos, não entra na contabilidade dos dias diferentes a não ser pelo facto de me alongar a noite numa memória de datas e tu ires sair. Tu não sabes mas à noite fecho os olhos e tudo se torna possível e tenho a tua boca porque um dia, dormias, guardei-te a limpidez dos olhos e tudo o que há neles, tudo. Na altura eu não sabia e, já hoje, duvido ainda saber tudo sobre aquele dia. Aconteceu de repente. Tu dirias que poderias ter escrito algo bonito, com palavras escolhidas a dedo a roçar o sentimentalismo, mas que aprendeste que o tempo é uma coisa demasiado preciosa e que as coisas têm mais sentimento quando se dizem sem grandes floreados. E então: gosto de ti. E sou só isto, quem gosta de ti, nenhuma outra maneira.

A vida continua a ser do caraças.

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