É proibida a entrada a quem não andar espantado de existir.

Seria mais fácil se, enquanto me queixo da falta de neve, não me dissesses que, a ti,  basta-te existir ou se não dissesses que tudo o que vem de nós nunca é relativo. Seria mais fácil se não fosses a maior e se não dissesses que se eu gostava de ter, que tenha, que se eu gostava de ser, que seja. Se, como as respostas de que não precisas mas encontras, tudo estivesse na wikipedia, seria provavelmente mais fácil. Se não me obrigasses a ler o blog à procura do brasileirismo, que fica muito feio, seria mais fácil. Seria mais fácil se os teus pais não tivessem acertado à primeira, é mesmo isso, ou se a tua filosofia despretensiosa de ser não me tocasse nos ossos. Não te soubesse eu a cor dos olhos e seria muito mais fácil. Se fosses só uma rapariga, seguramente, seria mais fácil. Novamente, é a mim que importa. Um dia ela escreveu que vemos a realidade como somos. Outras, como a queremos.

("eu sei", respondi, e então ela retorquiu "não parece que saibas".)

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