Em Fátima rezei por ti

Como se fosse um desejo de aniversário que se pedisse, havia junto a um altar na catedral um cesto com folhas em branco para que os devotos deixassem a sua prece. Todas seriam lidas e orações seriam rezadas pelas beatas diária e gratuitamente, intermediárias generosas a prestar tão altruísta serviço à comunidade ou a desconhecidos. Sem garantia de sucesso, para que se dissesse um nome na extensa lista dos fiéis defuntos durante a missa, pagava-se em Portugal 10€ ou 12€ à Sra. Virgínia, na minha altura, é o que penso.

Quando deixo a minha prece em Inglês, sabe-se lá que língua ele ouvirá melhor, ela diz-me que não esperava que eu escrevesse aquilo. E eu penso que é por ela ainda não me conhecer bem que não entende que eu não poderia escrever outra coisa senão aquela, concreta e presente, as pequenas lutas que não são minhas mas que também me doem a mim.

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