Esta é a minha vida.

Encontramo-nos finalmente sós e naquele aperto firme de mão, o sorriso grande, reconheço a genuína alegria no regresso, fosse eu uma filha pródiga. Falamos então das coisas sérias com a normalidade de outras palavras quaisquer e nessa facilidade, sem hesitações ou nervosismos, está o sinal da cumplicidade mas essencialmente do respeito. Para que crescesse fez-me crescer, para crescer cresci com ele. Digo-lhe as palavras das últimas noites - propósito, sentido, fraude -, os artigos que se lêem à 1h da manhã, as pessoas que esperam as sextas-feiras e agosto, as epifanias que surgem em circunstâncias banais, as coisas que não me interessam para nada. Pergunta-me pelo livro, aponta-me caminhos e abre a porta de casa.

O passar do tempo, quem importa, vão confirmando com mais ou menos desilusão a minha falta de bom senso, o que me leva a crer que será verdade. E, porém, temo cada vez menos. Aonde for, o que vier, serei inteira.

(felizes aqueles que têm um mentor.)

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