Ri, que gosto de ouvir-te rir ou A que horas começa hoje a liberdade? I

As andorinhas chegam na Primavera, as folhas caem das árvores pelo Outono e as melancias apanham-se no Verão. De resto, consta que até para o amor há um tempo que não se repete. Qual haverá de ser então o tempo em que deixo de poder fazer aquilo que me apetece?

Infelizmente, as epifanias chegaram-me sempre tarde mas, se tenho o passo lento, ao menos que me sirva para apreciar melhor o caminho. Não preciso de ser rebelde, fico já contente se conseguir viver só mais um bocadinho.

(de rir ou chorar não será tanto que desconhecidos continuem desconhecidos se não lhes coube ainda a sorte ou esforço de se conhecerem mas aquele milagre implacável do esquecimento que torna quem já foi tudo em muito menos do que um desconhecido. por tudo isso, na dúvida, se puderes, ri, que tenho saudades imensas do teu riso que acorda a vida.)

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