Com o tempo, deixei de escrever ou falar sobre ti. Deito-me sobre futilidades rudes e ordinárias para me distrair das minhas vulnerabilidades, se as ignorar talvez sejam ignoradas e eu seja mais ignorante delas. Com o tempo, reservei para mim as melhores saudades e fiz-te omnipresente no universo. De resto, encontro-te tantas vezes noutras pessoas - pode ser um cabelo, um modo de andar, o tamanho de um casaco de Inverno - que seria de julgar que nunca te foste do meu lado. Com o tempo, deixei de escrever ou falar sobre ti com medo que te tornasses real e eu, que tanto tenho ainda para te contar, ficasse calada.
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