Nada a temer.

Olhou o livro longamente, tocou-lhe a capa demoradamente e com vontade como fazia com todos os corpos que não podia possuir, e, determinada, resistiu à tentação de o trazer. Alguns passos à frente, encontrou-o de novo. Alguém provavelmente não resistiu ao mesmo impulso mas esperou tempo suficiente na fila para que a racionalidade prevalecesse, desistindo e deixando o livro abandonado e fora do seu sítio. O mesmo livro, duas vezes ali ao alcance da mão. A insistência foi o seu pretexto. O sinal que se procura é, quase sempre, o mesmo que se encontra.

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