Teste

Depois deixei de conseguir escrever de mim ou do que acontecia sobre mim sem que isso nao passasse de fait-divers. Escrever passou a ser um risco que eu nao queria mais correr porque escrever seria sempre falar alem de mim. Perdi a paciencia para a maleabilidade das palavras, que tanto podiam ser agua para mim e pedra para outrem, branco para mim e preto para outrem. A conta de perceber enfim que so se preserva eternizado o que e secreto e indizivel, deixei de escrever. Escolhi o eterno como contenda. E como se tivesse gasto tanto tempo a procura da palavra unica, deixei, despreocupada, todas as banais ao mundo. Encontrei-a debaixo do peito, onde arde dentro. Nao se explica.

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