Talvez fosse isso o que a fascinasse mais, como um ímpeto ou um incentivo: aquela possibilidade de infinito. Acordar aqui e adormecer acolá, ser sempre uma estrangeira e estar sempre em casa, deixar uma história em cada porto, arriscar o desejo acima de todas as coisas, ser tudo relativo, tudo tanto, tudo possível. Era provavelmente isso o que pensava quando chegou naquela manhã de céu cinzento, quase sempre assim, e ficou entorpecida a olhar o London Eye. A vida era aquela roda gigante ali na sua frente, tombôla de sonhos. A vida era isto, o inesperado que tomba para o lado incerto, uns mais direitos que outros, a possibilidade nova que vem com a madrugada todas as noites. Nunca foi a decisão, sempre a possibilidade. E a roda gira, mesmo enquanto ela dorme.
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