Disseram-se coisas. Não se disse grande coisa.

Era preciso levar o coração atento. Não deixar que resvalasse por qualquer viela mais estreita onde a luz faltasse sem deixar ver onde pôr os pés. Era preciso que o coração seguisse calado e conhecesse o seu lugar de escravo, sabendo do seu direito a abrigo, alimento e cuidados médicos mas que tudo o resto que consiga é privilégio. Era sobretudo preciso que não se achasse especial ou merecedor de mais do que a conta. Era preciso que fosse consciente de ser um coração igual aos outros, que tanto se apertava como se expandia, que tanto parava como batia.

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