Estava certa do erro, mas certa também de que não podia deixar de o cometer.

Digo “aqui” como se as leis da física permitissem por distracção ou simpatia que este espaço e este tempo coincidissem também em ti e pudesses saber exactamente do que falo. Aqui, como se estivesses do meu lado a olhar-me nos teus olhos grandes de luz enquanto escrevo e beijar-te fosse ainda tão natural quanto respirar e sem pedir outras justificações senão a vontade de mais e o facto de existir a tua boca assim como é. Aqui, como se eu fosse suficiente e nunca mais precisasses de ir ao supermercado ou fazer o jantar, como se não precisasses de regressar a casa ou estar com outras pessoas e tudo fosse dispensável. Aqui, como se nos bastássemos e no mundo fossemos tudo. Estou (por) aqui.

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