Gostarei sempre dela, como se gosta do que está extinto, sejam os dragões, os anjos ou as distâncias.

Não era que fosse cansaço, há muitas formas de se chegar à resignação. Era o coração que amadurecia ou, como no poema das noites demoradas, criara resilientes barragens no peito. Já não se deixava ir em empolgamentos ou tristezas profundas. Era um coração adulto, cheio de marcas de adulto. Já sonhava pouco, aquele coração. Quando ela chegou, coincidiram na mesma frequência e na mesma dor. Não voltariam a falar de amor.

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