Que tragam cobertores ou mantas, o vinho escorra pelas gargantas e a festa dure até às tantas.

Corria que tinham prendido o Manel Sapateiro e ouvia-se falar de mais uma ou outra pessoa que andava na mira da polícia. Também o meu padrinho acredita ainda hoje que o pai esteve preso porque a mulher da taberna o bufou. Porém, a memória mais viva do 25 de Abril que a minha avó guarda é a de que era dia de feira na cidade e, na confusão dos tanques e tropas a dirigirem-se para a Fortaleza, uma mulher de uma aldeia vizinha aproveitou para levar, sem pagar, os sapatos que experimentava.
 
O 25 de Abril não passou pela aldeia e é ainda algo que se conta sem se saber ao certo, como um rumor.

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