Inspira-me com a tua inspiração (sempre foi assim).

Depois era sempre assim, uma suspeita livre de confirmação, uma equação maior do que eu. As palavras não eram hesitações mas eram sempre defesas. Iam sem regressarem. Cruzo-me com elas e não sei já de quem vou ao encontro. Continuo pó no universo em busca de um significado simples de existir. Arrisco a imparcialidade do meu julgamento por um único sussurro da sua boca que chegue inequívoco a fazer luz. Perco-me nos sentidos de sentir e naqueles de significar e amedronto-me nas incertezas que a história levanta porque a história repete-se sempre, as metáforas sempre redondas. O momento tantas vezes adiado faz-se de efemeridade e urgência. É fácil olhar para trás e apostar um resultado. É possível ter nostalgia do futuro. Eu olhava e era sempre assim, um burro e um palácio, um entendimento de ludibriar leigos ou a clareza a quem vê o que quer ver, o mistério que se desmente pelos factos a quem é de factos. O peito, porém, não aceita estatísticas e convence-se do que lhe aprouver. Quero repetir-te. Se preciso for, seguir cega mas determinada a esclarecer a vontade e ganhando pelos teus olhos o discernimento do mundo. Só os meus olhos a olhar nos teus, como naquele momento que imobilizei no tempo para memória futura, poderiam agora vir dizer tudo. E então, talvez deixasse de ser sempre assim.

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