Melhor é experimentá-lo que julgá-lo.

Se o final de todas as histórias for já conhecido e repetirmos as mesmas graças por todas as vezes, saberás, ainda assim, ao que vais. Metes a vida toda dentro de um pressuposto e fá-la rolar. Abres os braços e seguras com força o que vier de volta. Não ignoras a inconstância da fatalidade ou o emaranhado de elementos que fazem a sorte, a incerteza imensa que te faz estar aqui neste momento que já passou enquanto te demoraste a pensar na palavra seguinte. Não negas aquela espécie de acusação, metade zelo, metade conselho, também. Talvez seja verdade e te iludas num falso controlo, estejas por agora a alardear afinal uma ignorância que te faz seguir ao encontro de um desastre.

Mas é igualmente verdade que nunca ninguém sabe, nem outros achados mais preparados do que tu, estamos todos na mesma escuridão. É igualmente verdade que não te poderias estar a cagar mais para isso. Porque há o respeito e há a liberdade de escolher e talvez seja essa a necessidade mais essencial na pirâmide de qualquer relação e o resto apenas patamares que se vão alicerçando naqueles. Não te entenderiam, não vale a pena. Mesmo tu já o entendeste tão tarde. Deixas-te inundar na luz daqueles olhos e esqueces por um bocado o mundo. A vida pode ser tão simples como uma canção pela boca dela.

Continuas porque a vida acontece em directo e não sabes outra maneira senão esta ou, melhor dizendo, porque é a única coisa que podes fazer. Então entras com tudo e esperas para ver, porque nisto da vida não há cash-out disponível.

Sem comentários: