Estou a convidar-te para um naufrágio.

Instintivamente, à semelhança do náufrago, ele procurará algo a que se agarrar, e esse olhar trágico, peremptório, absolutamente veraz, já que se trata de se salvar, fá-lo-á ordenar o caos da sua vida. Essas são as únicas ideias verdadeiras: as ideias dos náufragos. O resto é retórica, pose, farsa íntima. Aquele que não se sente verdadeiramente perdido, perde-se inexoravelmente, ou seja, jamais se encontrará, nunca poderá vislumbrar a sua própria realidade.

José Ortega y Gasset

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