You can run but you can't hide.

Seria preferível e quase aliviante acusar a natureza de ser injusta, profundamente injusta. Dizê-lo seria porém daquela desonestidade intelectual que ela falava por vezes, porque a justiça é um conceito artificial, criado humanamente e só depois. Quando apareceram a justiça, a bondade, ou a igualdade, já cá andava a natureza.

Eu queria dizer que a natureza era injusta, muito injusta, porque uma decisão tem consequências mas a natureza só tinha inevitabilidades para oferecer-me. Havia então aqueles dias de voz baixa em que me deitava com a consciência dolorosa de que era do mais urgente imperativo fazer alguma coisa a respeito. Porque tudo poderia até vir a correr de feição mas, no final, só havia um caminho e esse eu não o poderia percorrer.

No final, ela escolheria sempre o futuro sobre o presente, a natureza sobre a vontade. No final, ela era a vida a pedir mais vida.

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