Pulsus paradoxus.

A verdade ocultava-se nos sítios mais inesperados: na provocação das existências, no sarcasmo de vencer o mundo, no que escapava ao escrutínio da razão e nos saía mais puro e imediato. A verdade fugia-nos por entre os dedos, esguia e súbita. Escondia-se como podia e só a intimidade a encontrava. No teu pulso sei a infância de todos os sentidos, a explicação possível a todos os cantares, a todas as vontades. Livres de quem fomos, somos. Se o coração é caçador solitário e nenhum solo ancora o que é de ser selvagem, haveria pelo menos aquele momento de paz que nos surgia primeiro pela beira da cama e depois pela beira de nós. Eu convencia-me que podia conhecer-te como é possível conhecer alguém. E tu rias e o teu riso era só verdade.                               

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