Conas & enconados.

(...) Não podíamos estar assim se fossem só os animais que mandam. Há também muito jogo e trunfos na manga dos animais que obedecem. Há uma mediocridade doentia que se promove para fazer nada, para calar, para seguir com a feira o mais cabisbaixa possível. E é isto. Mas vem sempre um fazer de sinaleiro, armado em sério, apito nos beiços, estabelecer o ponto de ordem, pôr o seu pintelho na salada. Como se o nosso problema fossem as pesporrências, como se o problema não fosse o partido geral de conas & enconados que traz isto tudo pacificado com a noção de que estamos todos na merda, mas de que a culpa (estranhamente) mora lá longe, do outro lado, servindo-nos até de bode expiatório para a panhonhice que aqui reina.

Língua Morta, 19/02

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