Há coisas em que toda a gente reparou. Os excessos, a ascenção e a vertigem. E depois há tudo aquilo que não se viu porque nunca podemos ver tudo. As bochechas cheias, a fresta entre os dentes, a vergonha apesar da torrente na voz, as palavras fluídas porque eram genuínas. Aquela que achava que nunca viria a ser famosa. Os nervos enquanto canta ao lado do ídolo, porque não quer fazê-lo perder tempo. O ar surpreso de quem nunca tinha sonhado tão alto, enquanto anunciam o prémio. O amor a ser, como é sempre, o paraíso e o inferno na terra, salvação e perdição. A sua magia era ser comum. A sua fraqueza foi ser real.
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