Ainda se chocam, o encandeamento ao sair da caverna. Começam por revirar-se nas cadeiras uns, mexer com inquietação nas canetas, abanar a cabeça outros. Anunciava-lhes que nenhum direito é, na realidade, universal e ria-se enquanto lhes contava, quase como se lhe trouxesse gozo desafiar assim a cru as ideias feitas. Liberdade para todos mas tiramos a liberdade a loucos e assassinos, democracia como ideal mas dizem alguns sobre os ditadores que antes é que era bom. Até a vida, com aborto e eutanásia, mas o que é vida afinal? Depois divaga. Diz que a verdade nem sempre é boa, que a honestidade mata relações, que ser egoísta pode ser a nossa melhor hipótese de sobrevivência. Diz-nos que por vezes é preciso matar. Diz-nos que é muita presunção dizer que a cultura de um País é melhor do que a de outro. Diz-nos que é até uma falta de respeito. Educa-nos para um mundo a cores de vários gradientes, onde não cabem preto e branco. Alerta-nos para não pensarmos singular mas plural, porque não existem valores que não sejam relativos e dependentes, leis que não sejam humanas, ideias que não nasçam dum contexto. E eu, que paguei por um curso de gestão, agradeço as aulas de filosofia.
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