O que dizem os meus olhos.

Sempre que se dá um desses surtos fugazes de popularidade, faço-me espectadora. Cruzo os braços, balanço-me na cadeira e fico a ver até onde vão, até onde conseguem ir, onde param e porque param, se é só cansaço ou se por acharem que já têm diagnóstico bastante. O que procuram, o que esperam, o que dizem. Terão chegado a ti, conhecido os laços atados e os desatados? Terão visto primeiro que eu os sinais de mudança? Será que acreditam que estas palavras podem ser para eles, identificados comigo e partilhadas entre todos histórias e memórias porque é Natal e somos todos irmãos? Suspeitam que me conhecem, a melhor previsão dum comportamento futuro a ser um comportamento passado? Observo-os e interrogo-me: qual esse momento em que julgamos ter já decifrado uma pessoa?

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