Deteve-se na certeza de que o tempo trata. E eu pensei que para tudo há um momento certo. As palavras tão conscientes a darem razão.
Buscamo-nos de uma forma ambígua, quase obscura, mas comovedora, um conforto que nem ao silêncio admitimos, tão-somente por não haver disso necessidade. Porque em ti as coisas não eram de se dizer mas, apenas de se sentir. E isso bastava. Apesar do medo, além do medo, bastava. Pelos actos te defines, pelos actos sempre me tiveste.
Ficámo-nos para aqui para nos aguentarmos ainda como pudermos porque por vezes é suficiente quem nos responda, este alívio de não estarmos totalmente sós no meio de doidos, de nao sermos nós os doidos. Talvez ninguém entenda melhor que tu o gesto ou o espaço de que se preenchem os dias. Os tremores da terra, os tremores do pulso. A intimidade permite destas coisas, laços, ou memórias de laços, que cheguem para que a palavra ainda faça sentido e o sorriso seja fácil. Há um sítio no peito que se reserva a quem nos amou, ali, intacto e livre de mágoa. Há a geometria da vida a ditar tranversalidades e ângulos, quem é de sempre se encontrar e de sempre se perder.
Não te espero mas sabe bem olhar-te.
Nao sei o nome disto mas sei que não pode ser mau o que nos lembra o futuro, paradoxal verdade. Puro, o que perdura. Depois do amor, é possível que fique o amor.
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