Doviđenja.

Sabia, de antemão, que haveria de gostar da Croácia, mesmo não tendo ficado no sul, como tantos turistas. Não imaginava, porém, que fosse gostar tanto. Se é certo que as praias sem areia não são as minhas favoritas, em nenhum lugar vi águas tão transparentes como aqui. Não uma ou outra excepção mas, todas. Muitas borboletas. Muitas trufas e azeite do bom. Muitas curvas e semi-curvas, altos e baixos. Ainda, o pitoresco de cada lugarejo, do mais ao menos popular, com as suas casas e igrejas de pedra, montes e montanhas, história viva de tocar e caminhar. Plomin deserta, apenas para mim. Labin, Motovun, Porec, Rovinj, Krk. Em todas me vi. Há sítios no mundo, cheiros, sabores, emoções, momentos que justificam o dia, necessária fosse qualquer justificação mais do que o fascínio de uma mão que se abre e fecha por força de pensá-lo. Aquela paz que senti no meio de nenhures, um punhado de gente a comunhar do sol, com o verde por fundo e o som das ondas no seu bulir, foi um desses. O silêncio como ele deve ser, como ele pode ser. Aquele pôr-do-sol em Rovinj. Senhores, acreditem-me, o paraíso é qualquer coisa muito próxima disto.

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