Talvez se possa ter um propósito raro.

Ando nisto vai para três meses, se contarmos com o dezoito de Novembro, feriado de recordação fácil, e deixarmos de fora aquele outro em que tive, num súbito, de parar de ler à conta do desavergonhado e perverso rosto da memória, reconhecimento breve do precipício. O meu cansaço faz rir e as minhas ocupações há muito me desabitaram. Não tenho que dizer e, o que ainda havia, fui perdendo. Não sei que explicação procuro ou sequer se é merecida, mais do que precisa. Quantos nomes há para o vazio? A vida fez-se para a vida, pudesse bastar isto. E, porém, subjaz-lhe sempre o mesmo medo que não me deixa partir daqui. Se volto, é por medo. Se escrevo, é para não esquecer. O meu medo não é da morte mas, do esquecimento. E, por pouco, esquecia-me.

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