Do mérito da dor, como infelizes que vendem destroços ao melhor comprador.

Ele tem razão quando diz que “a dada altura agarramo-nos à dor como se ela fosse um egoísmo e pomo-nos a expor feridas como quem exibe condecorações.” Nunca entendi bem o mérito da dor, reconheço-lhe muito pouco até. É coisa que me faz impressão. Talvez só por inferência se justifique a admiração que dedico àqueles que cuidam das suas dores em silêncio, as tantas que imagino, as tantas que não sei e as outras que ficaram tão bem enxertadas à pele ao ponto de já se confundirem nela.

Sem comentários: