Afasta-te da vertigem. Não te detenhas na rebentação. É certo que existem parênteses absurdos, histórias que nunca serão contadas. Sobretudo as horríveis reticências, espelho do inacabado e o risco concreto de nos afirmarmos gente. Uma tentativa breve de nitidez. O silêncio é uma pedra que me pesa. O que não conheço, não sei, não imagino, é uma noite que me esmaga. O tempo, impassível e inclemente, continua a moldar o roteiro da saudade. Os dias haverão de passar por nós e erodir as ilusões, desgastar o que sobrava. “Ter sido. E não poder esquecer”. Terás ouvido aquela pergunta? Talvez a resposta só pudesse ser tocada, nunca sabida. Só o aberto do teu peito poderia isto agora esclarecer. Prescindo do sopro e ternura para te encontrar à superfície, venha o que daí vier. Manda-me à merda. Esmurra-me a paciência, o respeito, o previsível OK. Confia em mim. Não tenho medo de tocar o teu medo.
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