O meu melhor amigo.

Se é provável que em algum momento tenhas caído no pretexto imediato mas não menos complexo da amizade, por certo no início, foi com estranheza, senão com incredulidade, que encontrei essa declaração inesperada. Não porque sejas recatada na exposição pública, pelo contrário, mas porque, atendendo ao longo intervalo de décadas e à memória curta que sempre subtrai a todos, não haveria, no meu ponto de observação, nem próximo nem distante, evidência significante que levasse a esse significado. Haveria ali um gato. Não o decifrei na altura e acabei por esquecê-lo, lá está, a tão frágil memória. E agora surge-me isto, distraiu-se e antevi-lhe a cauda, que nem sei como interpretar e que me envergonha. Como pude não ver?

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