Não é doce a saudade em Portugal?

Penso mais vezes nela do que seria esperado, nem sei bem porquê. Talvez por ter sido a primeira vez que a amizade me falhou. Talvez por se ter tratado de um abandono e de nunca ter sido abandonada sem justificações ou a previsível lógica do tempo. Neste caso, não era ainda o tempo de nos separarmos, entregues cada qual ao pretexto dum futuro com ecos de sucesso, mal-amanhada e combativa imitação da vida. Nem sequer vi qualquer sinal que pudesse indiciar que chegara o tempo. A sua súbita ausência encontrou-me desprevenida e talvez seja por isso que mais a noto. Não lhe reconheço legitimidade.

Fez anos e olhei-a ao longe, desejando com força que tenha passado um dia feliz. Somos modernas: em breve combinaremos um café ao qual nenhuma de nós comparecerá.

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