A dar, se der.

É duma ironia trágica que tenha por função diária o zelo e o evangelho do planeamento na minha vida profissional e que este me falhe tão redondamente na minha vida pessoal, qual espeto de pau. Não planeio assim tanto nem tantas vezes, alguma coisa terei aprendido, mas, ainda assim. A roupa nova, o cabelo novo, as botas novas, o carro novo, a vontade nova, a melhor versão de mim. A vila, o palácio, o jantar, o concerto, a primeira fila, a canção apropriada, a mensagem pronta a enviar há meio ano, quem sabe até, porventura, encontrada a frequência certa, o gosto da boca, mais tarde. Na minha cabeça, estava tudo certo. Simples e certo. Mas, a vida.

Depois, é claro, sucumbo à esperança dos tristes. Tríade dos Vs, aprendi há dias na televisão, e talvez seja isso. A ideia de justiça, merecimento, e duma qualquer compensação que aguarda. Uma balança finalmente equilibrada. O meu ridículo consistia, já há anos, em jogar no Euromilhões depois de fazer o exame de Matemática Aplicada e as Estatísticas. Também desta vez caí na armadilha. Espero uma compensação. Não sei onde nos vendem isto.

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