Eu não dou confiança a bichos.

Quando a notícia se espalha, começa o circo do medo, como ele escreveu. Chegam então o folclore das palavras, as reconciliações apressadas, o amor até aqui reprimido. Entendo ambos os lados e procuro navegá-los aos dois, sem dar trela. Não precisamos agora de coitadismos e dores por arrasto, guerreiras e coragens e forças que ficam tão bem na marginalidade de redes sociais. Mudam pouco e o que mais fazem é acentuar o que precisa de ser diminuído. É impossível esquecer e fugir a certos pensamentos que me envergonham e, tento, no exemplo dela, a normalização deste acontecimento. É uma lotaria, tão somente isso. Importa não dar espaço ao fatalismo e seguir com a naturalidade de quem passeia de mini-saia à noite, numa avenida propensa ao perigo, apesar do medo. Não vamos dar confiança a bichos.

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