Se o arrependimento matasse: Cyntoia Brown.

Duvido da sinceridade da maioria dos arrependimentos. Até as crianças se apressam a pedir desculpa quando percebem que vem recompensa ou castigo a caminho. Não é o acto que determina o arrependimento, mas a sua consequência. A justiça, por isso, tarda e é sempre inglória e incompleta. Pois só se pode reconhecer como justa ou injusta no depois. E, na maioria das vezes, nem é o que mais importa. Até lá, é o frágil esforço da plausibilidade de uma narrativa, de um contexto histórico-temporal e, acima de tudo, do imperfeito binómio castigo-reintegração. Fez-se justiça, dizem. Mas para quem e com base em quê?

Sem comentários: