Aquele que nos ouve é um precioso lugar.

Já passaram mais de vinte e cinco anos e é notório que o episódio deixou trauma. Aquele homem, (re-)casado e resolvido é, no seu âmago, um homem magoado. Conta-me tudo. No final, agradece-me por ter ouvido a sua história. É o seu íntimo ali exposto a uma estranha, mas talvez por isso. As histórias são contadas para nos libertarem, para nos validarem, para nos justificarem e consentirem, para lhes darmos sentido, para as cansarmos, expurgarmos, revivermos, ou matarmos. Sobretudo, as histórias são contadas para que alguém as oiça.

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