Vida a Cores

As nossas fotografias não serão a preto e branco. Somos almas indecifráveis e complexas que não cabem em dois tons. Não sei que cor és tu.

Num impulso diria que és branco como as pombas e como a neve. Porque, acima e antes de tudo, enches o meu coração de uma paz que eu nunca conseguirei descrever por mais tempo que viva. Só sei que pouso o meu olhar no teu, a minha mão na tua, e esqueço os dias maus, os medos e os fracassos. Relativizas tudo à minha volta e mostras-me o que realmente é importante, quando sorris e me chamas Amor, com esse sotaque tão teu.

Mas és também azul. Um azul do mar, profundo como os teus princípios, ou um azul do céu, onde apetece planar. És um azul sereno, dócil e afável. Aquele azul dos amigos, dos corações generosos e sempre disponíveis para acolher e amar.

Mas sem pensar muito, vejo em ti o vermelho escarlate dos amantes. Essa insaciável vontade de possuir e aquela louca crença de que a ti e a nós, nada é impossível. Tu és o desejo, a boca e o sexo. Animal. Selvagem e instintivo. Vermelho tinto. Vermelho de sangue.

E consegues ser o preto também, não o dizer seria mentir. Tens aqueles dias de negrume, de sombra onde te refugias, onde te escondes do mundo mau. E nesses dias, só consigo ser um feixe de luz, a quebrar aos poucos a escuridão onde te fechas. Só quero ser uma luz.

E és mais, muito mais. Um dia mais laranja, outro mais cinzento, outro mais como os teus olhos. Trouxeste um verdadeiro arco-íris para a minha vida! Por isso não te relacionarei a uma cor só. Para mim, és uma luz. Só isso, uma luz. A luz da minha vida.

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