Coexistir

De vez em quando, raramente, confesso-to, vem-me a nostalgia saudável das noites quentes e distantes. Chamar-te desgraçado enquanto bato a mão cadenciada no teu rosto barbeado, suave e cheiroso. Se me visses agora não acreditarias. Dirias "não foi esta por quem um dia me apaixonei". Perguntarias onde está, que já não a encontras. Essa não sei onde foi. Talvez a outra sempre estivesse e ambos estávamos cegos da intensidade dos instantes. Estava já antes, em coexistência tumultosa, e nunca a viste. Alguma haveria de vencer e agora não me conheces mais.

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