Como estás?

Não poderias adivinhar mas volto a ver-te. Mostro-lhes o filme e apetece-me apontar-lhes a tua imagem que enche o ecrã mas, envergonhada, não o faço. Como estás? Tanto tempo já. É curioso o que quase sempre acontece: quando vou verificar as visitas geralmente és a última pessoa que por aqui passou. Como agora, por exemplo. E pergunto-te se não seria mais fácil se me falasses, pois assim poder-te-ia contar o que nem aqui escrevo, poderia abraçar-te em palavras e em carinho, falar-te sem intervalos e ouvir-te sem ciúmes. Falar-me-ás daqui a dias? Seria uma surpresa que não espero já, confesso. Gosto que continues por aí apesar de tudo, como se a cuidar de mim, anjo omnipresente que não consigo tocar mas de quem sinto o perfume quente.
O filme acabou com um final menos feliz para a tua personagem mas não é a ela que me apetece reconfortar, mãos vagarosas a passear no negro dos teus cabelos, a tua cabeça pousada no meu colo. É a ti. Tanto tempo já. Como estás?


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